Princípios básicos de uma análise grafológica



    Na condição de professora de Grafologia, resolvi escrever esta postagem para guiar melhor os alunos que estão dando os primeiros passos na ciência grafológica, e até mesmo quem já atua na área. 
    Estudar Grafologia requer foco, determinação, NÃO É FÁCIL ! O estudo é amplo, extenso e complexo. Alguns acomodam no curso básico, e como em qualquer profissão, a atualização deve ser contínua, e com a Grafologia não é diferente ! Muitos acreditam que o Grafólogo analisa uma letra e outra, e por este motivo, creem que a análise é fácil, mas não é ! Não analisamos somente o traço gráfico, o espaço deixado em branco é de suma importância em uma análise completa. 
    Estamos lidando com a intimidade de quem escreveu, não estamos analisando somente uma escrita: o foco é conhecer alguém de forma profunda, pois a Grafologia nos possibilita isso. 

    TODO CUIDADO É POUCO ! 

    Faço a seguinte pergunta: Um médico pode errar ?
    Um diagnóstico errado pode ser fatal. Na Grafologia o mesmo ocorre. Estamos lidando com pessoas, "destinos", e NÃO PODEMOS ERRAR ! A Grafologia não é reconhecida no Brasil, e este fato não é motivo para fazermos análises de forma pouco responsável. 

  O INICIANTE, muitas vezes levado pelo desejo de analisar velozmente, deixa de levar em consideração os seguintes princípios básicos citados exaustivamente em sala de aula:

1) Não devemos analisar traços isolados:


QUANDO VOCÊ VAI AO MÉDICO, ELE PODE EMITIR UM DIAGNÓSTICO SE VOCÊ RELATAR SOMENTE UM SINTOMA ? Não. 

Provavelmente o médico irá analisar o contexto: demais sintomas, idade, histórico familiar...(Traga essa analogia para a análise grafológica) :

  Ou seja, uma barra do T caída não é suficiente para considerar que o escritor é suicida; um traço massivo não denota brutalidade se o contexto gráfico não for agressivo, pode indicar coragem, audácia, inciativa... Uma chaminé não indica que o escritor está passando por um estado depressivo se não houver outros signos gráficos que também denotam depressão. 


Segundo Ania Teillard, os signos gráficos podem ser: “Predominantes,complementares,compensadores e contraditórios”.  

2) Não emitimos diagnósticos

  Por exemplo, mesmo que a escrita que você esteja analisando, tiver inúmeros traços que denotam depressão, jamais poderá emitir um diagnóstico: É CRIME! O recomendável é encaminhar o analisado para um profissional adequado. O diagnóstico é privativo de profissionais habilitados para tal. Não caia na tentação de "bater o martelo" quando a escrita estiver "gritando uma doença" !

3) Analisar escritas à distância, por meio de foto, fax...

  Que não devemos analisar traços isolados, você já sabe, agora imagine a qualidade de uma análise feita por foto ! A nitidez da pressão é distorcida consideravelmente. A análise deve ser feita por meio do conjunto de traços.  Analisar por foto faz o analista perder a visão do conjunto, e o resultado será SUPERFICIAL, portanto, não válido. Não somos fragmentos, somos um todo, e obviamente, analisar as pessoas de forma superficial não é nem um pouco ético e responsável ! Na dúvida, consulte o código de ética do Grafólogo. 

4) Pressa ao analisar
  
  Uma análise pode levar horas, dias... Não tenha pressa. O estudo é profundo. A pressa sempre foi uma das inimigas da Grafologia. Alguns alunos se encantam quando o professor pega a escrita e descreve o seu autor de forma rápida, todavia, este tipo de análise é apenas o relato das características que mais chamam a atenção. Até os Grafólogos experientes "demoram" para fazer uma análise COMPLETA. Já presenciei casos de uma análise render mais de 10 páginas frente e verso (levando em consideração diversas teorias e escolas grafológicas). 


5) Analisar escritas em folha pautada

  Em raros casos, podemos analisar, de um modo geral NÃO. Como poderemos identificar a direção das linhas em folha pautada ? E as margens ? Vai adivinhar ? Vai chutar ? Nestes casos, solicite que o analisado escreva outra redação seguindo os protocolos. 

6) Analisar poucas linhas ou até mesmo UMA PALAVRA:

  Em um curso básico de Grafologia, é impossível não informar ao aluno que não podemos analisar poucas linhas. Algumas pessoas "analisam" mesmo sabendo que é proibido, justificando que um fulano insistiu. O fulano não entende os princípios básicos, mas você sim. Negue de todas as formas analisar fragmentos de escrita. 


Será que vale a pena colocar a sua credibilidade em risco para atender o desejo de quem não conhece Grafologia ?

7) Analisar o texto sem a assinatura ou vice-versa: 

  Devemos solicitar um texto,de no mínimo 15 linhas com a assinatura. As informações contidas no texto podem ser completamente diferentes da assinatura e vice-versa. Devemos analisar a interação do texto com a assinatura. Analisar de forma isolada, remete ao erro descrito no primeiro tópico desta postagem. 

CONCLUSÃO: Uma análise grafológica assertiva é pautada nos tópicos citados acima, caso contrário, você cometerá erros crassos. O Grafólogo é responsável pelas análises que emite (verifique o código de ética do Grafólogo). Se você não segue os princípios básicos da análise grafológica, deslustra a sua credibilidade e a da ciência, e jamais poderá ser considerado um Grafólogo. Além de seguir os princípios básicos, mantenha-se atualizado com bons cursos. Na dúvida, basta imaginar se fosse a sua escrita (VOCÊ) sendo submetida a uma análise precária ! O estudo é complexo, desafiador, todavia apaixonante para aqueles que amam a alma humana !

Autora: Thaís Guimarães 




















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Porque a minha letra muda tanto ? Grafóloga responde

A letra T na Grafologia

As sobrancelhas na Linguagem corporal

Rol de visitantes (exceto pelo celular):